25 de Janeiro de 2006

25-01-2006 18:16

Amados irmãos

 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. (Mateus 25 : 36)

 Peço desculpas pelo tempo que deixei de escrever boletins, mas houve tantas coisas que tivemos que fazer que não houve tempo para escrever, desta forma optei por descrever as atividades (dos jovens batistas de Oruro, de Rossel e minhas) de modo detalhado.

No dia 23/01/06 fomos visitar a cadeia, o presidente da UJBO (Unión de Jóvenes Bautistas de Oruro) conseguiu a permissão e lá fomos nós, dez jovens entre 16 e 22 anos, Rossel e eu, entramos, passamos por revista pessoal. A princípio os policiais se mostravam hostis e riam de nosso desejo de pregar aos presos. Não podíamos levar nem celulares nem câmara fotográfica, por isso não pudemos tirar fotos e então fomos conduzidos por um policial para o pátio das mulheres, mas para isso precisávamos passar pelo pátio masculino e lá os presos começaram a nos provocar e a “passar cantadas” nas meninas. Nesse momento os jovens ficaram assustados e a mim coube começar a repreender em espírito e a falar com os presos com firmeza e autoridade espiritual. Passamos por eles e entramos no pavilhão das mulheres, lá a oficial convocou as mulheres e as pôs baixo sol em forma e mandou que nos escutassem e ao final aplaudissem! Isso nos incomodou, pois não queríamos que elas nos vissem como ditadores, mas como amigos. Cantamos alguns cânticos (o pobre violão havia sido revistado e sacudido como uma maracá) logo após preguei sobre o amor de DEUS e sobre o perdão que poderiam receber e, aos poucos, as prisioneiras foram abrandando e podíamos ver em seus rostos alguns sorrisos, após isso distribuímos pão e banana que tínhamos trazido (uma idéia de Mildred, filha do pastor Andrés Machaca e de Nancy, duas jovens de muito valor que posso comparar a Lídia de Atos). Aí viram que nosso amor não era somente falar mas, ainda que com pouco, havia também atenção com suas necessidades.Tínhamos trazido alguns folhetos e livretos de estudo e dissemos que daríamos a somente aquelas que de fato se comprometessem a estudar, logo formou-se uma enorme fila que ao final não tínhamos livretos suficientes e então as orientamos a compartilhar entre elas esse material, após isso dissemos que as que quisessem que orássemos por elas fizessem uma fila que eu oraria por cada uma delas. A fila foi quase de uns 70% das presas, muitos pedidos mas também confissões de culpa e reconhecimento de pecado e necessidade de DEUS. Ao final pelo menos duas oraram reconhecendo o Senhorio de JESUS em suas vidas. Glória a DEUS!

Oramos pela oficial e o policial que nos escoltava nos perguntou se já nos iríamos, respondi que iríamos ao pátio dos homens, alguns dos jovens ficaram temerosos, pois, antes eles tinha se mostrado muito hostis e “interessados”  nas moças (éramos 5 homens e 7 mulheres), disse a eles que havíamos ido até ali para pregar a todos e que aqueles homens também precisavam ouvir da salvação. De novo entramos no pátio dos homens de mãos dadas (como crianças do prezinho) e novamente começaram os gracejos e desafios por parte dos presos, o policial disse que havia uma capela católica que também funcionava como oficina de atividades e que poderíamos usar como igreja improvisada. Aceitamos e quando vi havia bem na entrada uma estátua da “virgem” (um demônio disfarçado) repreendi em espírito. Entramos e o policial disse fiquem aqui que eu vou anunciar por alto falante. Ele saiu e não voltou. Apenas entraram 2 presos. Passaram alguns minutos e os jovens ficaram apreensivos, ai aparece um novo personagem digno de nota nesta viagem, o jovem Joshua (filho do pastor Johnny Orozco). Olhei para ele e disse eu vou ao pátio você fique aqui na porta e cuida do grupo ninguém sai e os mantenha orando, ele me ouviu e prontamente acatou a ordem (seguindo a comparação este é um genuíno Timóteo). Saí ao pátio e os presos começaram a me olhar de modo intimidador e desconfiados, orei rapidamente pedindo ousadia e proteção. E comecei a estender a mão a eles, sorrir e convidarem a ver o missionário que DEUS tinha mandado do Brasil para falar com eles. Aos poucos alguns começaram a sorrir de volta e responder ao meu aperto de mão e ao final uns 30, talvez 35, entrarem na nossa pequena e improvisada “igreja”, sentaram nos bancos e nos olhavam de modo desconfiado.

Orei repreendendo a satanás e seus asseclas e pedindo que DEUS abrisse os corações e mentes daqueles homens. Preguei sobre o perdão dos pecados e uma das jovens compartilhou o testemunho de um irmão de sua igreja que também esteve preso. Ao final lhes pedi que baixassem suas cabeças para que orássemos, todos o fizeram e depois perguntei se alguns deles queriam que orássemos especificamente por suas vidas e mais ou menos 90% levantou suas mãos. Comecei a orar um por um, e víamos que muitos queriam o perdão de DEUS e alguns confessaram-se culpados e receberam ao SENHOR JESUS como Senhor e Salvador de suas vidas! Aleluia!

Ao fim do culto eles saiam apertando-nos a mão e agradecendo o amor que havíamos trazido até aquele lugar. Quando saímos já não mais faziam gracejos, nos pediam para regressarmos e os jovens se comprometeram a retornar. Diziam-nos “Até logo!”, “Obrigado!” e “DEUS os abençoe!” Que transformação em um local de tanta dor e sofrimento DEUS entrou e mesmo contra a reação de homens e mulheres Ele agiu de modo soberano e implantou o Seu Reino lá! Glória a DEUS!

Já na área dos guardas mesmo o comportamento destes era diferente,não nos viam mas como uns loucos sem juízo,mas nos respeitavam, orei pelos guardas e eles agradeceram e disseram “Pastor volte sempre que deseje e obrigado!”

Como DEUS faz as coisas amados. Louvem a DEUS por Seus atos poderosos (Salmo 150.2)!

Desafios de oração.

  1. Orem pelos jovens batistas de Oruro, uma geração que se levanta para DEUS e quer sonhar os sonhos de DEUS.
  2. Orem pelos presos para que a Palavra semeada possa crescer e frutificar
  3. Orem pelos guardas para que possam também desfrutar dessa benção
  4. Orem por Joshua, Mildred, e Nancy. Líderes de uma nova geração que tem muito a aprender, mas que quer aprender a servir ao SENHOR com ousadia e inteireza de coração.
  5. Peçam a DEUS que Ele permita que eu possa continuar este trabalho.

Victor Hugo Ramallo, pastor